A química nas tintas de Volpi_Receitas caseiras para fazer tintas guache,PVA,pintura a dedo,

A química nas tintas de Volpi:

Quando estudamos um artista como Alfredo Volpi, algumas de suas mais importantes características logo se destacam. Volpi foi um artesão desde o início de sua atividade profissional. Mesmo adolescente, gostava de misturar cores e descobrir novas tonalidades e texturas. Depois, ao trabalhar como pintor de parede, fazia questão de sentir o cheiro da tinta, e até mesmo sujar as mãos só para sentir seu contato com a pele. Costumava carregar os baldes de tinta, envolvendo-se na atividade com prazer e dedicação.Quando se tornou artista plástico, o fato de trabalhar com tintas foi se transformando cada vez mais em uma atividade natural e envolvente. Alfredo Volpi fazia questão de produzir suas tintas, nas cores que lhe fossem agradáveis. Extremamente dedicado e meticuloso, preparava com cuidado suas misturas. Dessa forma, o ato de pintar para Volpi iniciava-se na construção das telas de linho, na química das tintas, e seguia até a composição final da obra. Cada uma de suas telas possui, além de seu pincel, a sensibilidade de suas mãos na escolha da cor e da textura para a obra.Tal como um alquimista das cores, Volpi usava a técnica da têmpera-ovo. As tintas eram diluídas em uma emulsão de verniz e ovo, onde eram colocados pigmentos decantados (terra, ferro, óxidos, ocre - argila colorida por óxido de ferro) e ressecados ao sol pelo próprio Volpi. Certa vez, ele declarou: "Só pinto à luz do sol. (...) Não uso pigmentos industriais, que criam mofo, e que com o tempo as cores do quadro perdem a vida". Quando estava pronta, Volpi sempre testava cada tinta, experimentando e verificando a densidade e a durabilidade. Só depois que percebia que a cor obtida e desejada havia permanecido firme, sem alteração, ele a usava para pintar seus quadros. Caso isso não ocorresse, Volpi jogava a tinta fora e começava tudo de novo.Você poderá ver fotos de Alfredo Volpi misturando suas tintas e o seu atelier nas páginas 30 e 31 do livro Alfredo Volpi, da Coleção Mestres das Artes no Brasil.TintaA tinta é um líquido com pigmentos coloridos e aglutinantes solventes ou aditivos, capaz de se converter em uma membrana sólida e fina ao ser aplicada sobre superfícies como metal, madeira, pedra, papel, tecido, couro, plástico, entre outras. As tintas podem ser à base de água, óleo, betuminosas ou plásticas, e precisam de aglutinantes, que são substâncias que servem para ajudar na mistura e deixar a tinta colorida.AglutinanteO aglutinante funciona como uma cola, unindo as partículas dos pigmentos. Alguns exemplos são as resinas de árvores, a gema de ovo, o alho e até a cola plástica.

Nas tintas à base de água, o aglutinante é solúvel em água, como o amido e a gelatina.

As tintas prontas, como o guache, a aquarela e a cal, apresentam uma reação com o carbono do ar e se auto-aglutinam sem que nós percebamos visualmente.

Nas tintas a óleo, o aglutinante é um óleo secativo, que pode ser de linhaça, de nozes, de papoula.

As tintas plásticas têm aglutinantes sintéticos e são mais duradouras e resistentes.Pigmento.

O pigmento é uma substância composta de partículas microscópicas coloridas que são misturadas à tinta de acordo com o gosto do artista. Ele não se mistura com o aglutinante e por isso tinge a tinta.Os pigmentos podem ser brancos, pretos ou coloridos.

Alguns brancos: alvaiade, óxido de zinco, sulfeto de zinco.Alguns coloridos: zarcão (vermelho), cromo (amarelo), ferro (azul).

O pigmento preto geralmente é o carbono elementar.Pigmentos e corantes podem ser extraídos dos reinos mineral, vegetal ou animal.

O pigmento tem uma ação mais superficial, colorindo a superfície da tela. Os corantes penetram nas fibras dos tecidos da tela. O pau-brasil e o urucum, utilizados por nossos indígenas, são corantes vegetais.Como achar pigmentosA terra é um pigmento mineral que pode nos oferecer vários tons de cores. Existe uma grande variedade de terra: mais fina, mais grossa, com diversas tonalidades. Ao utilizar terra em uma atividade, deve-se observar se ela está soltando muita poeira. Para verificar isso pode-se envolvê-la com um pano para, em seguida, bater nele com um sapato ou martelo. Pode-se também peneirar a terra, deixando-a sem grãos nem sujeira.Quando for utilizar a terra como pigmento, você deve decantá-la. Coloque a terra recolhida em uma vasilha com água e espere um dia: os grãos mais pesados irão para o fundo, enquanto os mais leves ficarão na superfície. Recolha esses grãos por camadas, colocando-os para secar em um prato. Eles servirão como pigmentos para colorir a tinta. Folhas, raízes, flores e cascas são corantes vegetais, que devem ser fervidos em água por cerca de 50 minutos. Deixando-os esfriar, pode-se verificar que o líquido obtido é capaz de manchar uma superfície. Alguns exemplos:Amarelo ou laranja: casca de cebola, cravo-de-defunto, girassol.Vermelho: serragem vermelha, jabuticaba, casca de nogueira.Verde: folhas de cenoura, erva-mate, loureiro.Preto: carvão.Importante: Existem plantas perigosas cujo manuseio deve ser evitado. Consulte sempre um especialista ou botânico. Ossos triturados, conchas e cascas de ovos também servem como pigmentos retirados do reino animal.

Receitas caseiras para fazer tintas

1) Guache: Ingredientes: 100 g de pó de pintor; 30 g de glicerina; 60 g de goma arábica. Modo de fazer: Misturar tudo e passar três vezes por peneira fina. Cozinhar em banho-maria, mexendo sempre. Guardar em vasilha de vidro. Ao usar, dissolver em água para obter melhor rendimento.

2) Anilina Ingredientes: Pó de pintor a gosto; uma colher de chá de gesso; uma colher de sopa de goma arábica; água suficiente para dissolver. Modo de fazer: Misture tudo. Quanto mais goma arábica for colocada, mais brilhante ficará a anilina. Colocar em vidros fechados.

3) Outra receita Ingredientes: Uma folha de papel de seda de cor viva; uma colher de sopa de álcool; uma xícara de café de água. Modo de fazer: Misturar tudo e deixar em fusão por dois dias. Guardar em vidro fechado.

4) Massa para pintura a dedoIngredientes: Uma xícara de polvilho ou trigo; uma xícara e meia de água fria; duas xícaras de água fervente; uma xícara de sabão em pó; uma colher de desinfetante líquido, de preferência Lysoform; uma colher de sopa de glicerina; qualquer corante.Modo de fazer: Dissolver o polvilho (ou trigo) em água fria, adicionar aos poucos a água fervente, mexendo rapidamente para não encaroçar. Levar ao fogo, mexendo sempre. Quando estiver na consistência de mingau, retirar e deixar esfriar.Adicionar o sabão enquanto o mingau estiver morno, em seguida a glicerina, o desinfetante Lysoform e o corante, se quiser que a massa fique colorida. Conservar em lugar fresco.A têmpera-ovoUm pouco de históriaA têmpera é a tinta mais antiga que conhecemos. Os artistas pré-históricos do Período Paleolítico faziam misturas com água e pigmentos naturais, como óxidos minerais, carvão, vegetais, sangue de animais e ossos carbonizados, que costumavam ser misturados na gordura de animais mortos. Na Antiguidade, na Idade Média e no Renascimento italiano, a têmpera-ovo foi muito utilizada pelos artistas na produção de iluminuras medievais e pinturas sobre suportes de madeira.Como fazerNa têmpera-ovo, o aglutinante é a gema, que é preparada da seguinte forma: separa-se a gema da clara do ovo, colocando-a em um copo com fungicida e misturando-a bem com uma colher. Ao misturar água, pigmento e esse aglutinante, você vai obter uma tinta mais transparente - como a aquarela. Se quiser uma tinta mais espessa - como o guache -, adicione talco, giz ou carbonato de cálcio.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Novidades por e-mail

Coloque seu e-mail abaixo e receba os moldes do Blog no seu e-mail,é de graça! Moldes, Paps, dicas pra vc!

*Depois no seu e-mail vc receberá um e-mail para ativar o Feed,basta clicar no link!